BEGONIACEAE

Begonia olsoniae L.B.Sm. & B.G.Schub.

Como citar:

Lucas Moraes; Rodrigo Amaro. 2017. Begonia olsoniae (BEGONIACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

VU

EOO:

17.569,427 Km2

AOO:

84,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

É uma espécie endêmica do estado do Rio de Janeiro, coletada nos municípios de Angra dos Reis, Itatiaia, Paraty, Guapimirim, Campo dos Goytazes e Santa Maria Madalena, considerada, em algumas destas áreas, muito frequentemente coletada. Ocorre no Parque Nacional do Itatiaia, APA de Cairuçu e Parque Estadual do Desengano. A espécie é encontrada em todas as faixas altitudinais da Floresta Ombrofila Densa, desde as Florestas de Terras Baixas até Altomontanas. Entretanto, na Mesorregião Sul Fluminense e regiões adjacentes possui um número maior de registros na Floresta Montana (Frossard et al, inédito.). Já no Parque Nacional do Itatiaia ocorre nas bordas mais escuras e úmidas das trilhas, em altitudes que variam de 750 a 1250 m (Couto, 2013).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2017
Avaliador: Lucas Moraes
Revisor: Rodrigo Amaro
Critério: B1ab(i,ii,iii)+2ab(i,ii,iii)
Categoria: VU
Justificativa:

Erva rupícola endêmica do estado do Rio de Janeiro, de ocorrência em Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (BFG, 2015). Foi encontrada nos municípios de Angra dos Reis, Itatiaia, Paraty, Guapimirim, Campo dos Goytacazes e Santa Maria Madalena. Com EOO=15357 km², AOO=84 km², está sujeita a 8 situações de ameaça. Coletada no Parque Nacional do Itatiaia, APA de Cairuçu, Parque Estadual do Desengano e Estação Ecológica do Paraíso, a espécie sofre com a ocorrência de incêndios no Parna de Itatiaia (Aximoff, 2007). O turismo na APA Cairuçu acarreta degradação do solo (Rangel et al., 2013) alterando o hábitat da espécie. Na região do entorno do Parque Estadual do Desengano predominam plantações e pastagens, atividades exploradas de maneira inadequada à conservação da biodiversidade (Kury e Ramalho, 2008). Suspeita-se que esteja havendo declínio contínuo da EOO, AOO e qualidade de hábitat da espécie.

Último avistamento: 2006
Quantidade de locations: 8
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em Phytologia xii. 250 (1965).

Ecologia:

Substrato: rupicolous, saxicolous
Forma de vida: herb
Luminosidade: esciophytic
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial)
Fitofisionomia: Floresta Ombrófila Densa, Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana, Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Submontana, Refúgios Ecológicos Alto-montanos, Refúgios Ecológicos Montanos
Habitats: 1.5 Subtropical/Tropical Dry Forest
Detalhes: Erva, rupícola, de ocorrência em Mata Atlântica, em Floresta Ombrófila (Jacques, 2015). Ciófila, rupícola (R. Marquete 264), semi-heliófila (M.G. Bovini 402), saxícola (J.M.A. Braga 511). Possui registros em áreas com grandes remanescentes florestais, isso poderia indicar que esteja mais sensível em relação à degradação dos ambientes (Frossard et al, inédito.).

Reprodução:

Detalhes: Coletada com flores nos meses de janeiro (M.R. Carrara 11), fevereiro (C.M. Vieira 165), março (D. Sucre 10667), abril (G. Martinelli 4187), junho (G. Martinelli 4651), julho (L.C. Giordano 1381) e agosto (J.M.A. Braga 511). Coletada com frutos nos meses de abril (G. Martinelli 4187), maio (J.R. Pirani 2853), junho (T. Konno 173), julho (L.C. Giordano 1381), agosto (J.M.A. Braga 511), setembro (R. Marquete 380) e novembro (R. Marquete 264).
Fenologia: flowering (Jan~Aug), fruiting (Apr~Sep), fruiting (Nov~Nov)

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas habitat,occurrence past,present,future local medium
O turismo na APA Caiçuru acarreta degradação do solo, embora as áreas de floresta apresentem melhor estado de conservação (Rangel et al., 2013).
Referências:
  1. RANGEL, L.A., GUERRA, A.J.T., BRIZZI, R.R., SOUZA, H.S., 2013. O uso de trilhas em unidades de conservação: o caso da Apa de Cairuçu, Paraty–RJ. Geogr. Londrina 22, 79–93.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 1.3 Tourism & recreation areas habitat,occurrence past,present,future local high
O turismo no Parque Nacional do Itatiaia é uma atividade intensa e muitas vezes, descontrolada, geradora de uma série de impactos ambientais como apontado no estudo de Barros (2003), como a expansão excessiva da largura de trilhas e a erosão do solo.
Referências:
  1. Barros, M.I.A. De. 2003. Caracterização da visitação, dos visitantes e avaliação dos impactos ecológicos e recreativos do planalto do Parque Nacional do Itatiaia. Piracicaba, SP 121.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
2.1 Species mortality 7.1.1 Increase in fire frequency/intensity locality,habitat,occupancy,occurrence,mature individuals past,present,future local very high
O Parque Nacional da Itatiaia sofre com a ocorrência de incêndios excessivos, prejudiciais ao parque e à conservação e manutenção da biodiversidade da área (Aximoff, 2007).
Referências:
  1. Aximoff, I., 2007. Impactos do fogo na vegetação do Planalto do Itatiaia. Relatório Técnico. Parq. Nac. Itatiaia. ICMBio/MMA.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture occurrence,occupancy,habitat past,present,future local high
A região do entorno e do Parque Estadual do Desengano está quase que completamente coberta por plantações de cana-de-açúcar e pastagens, que tem sido explorada de uma forma inadequada e danosa à conservação da biodiversidade, com a utilização, por exemplo, de fogo para a preparação do solo (Kury e Ramalho, 2008).
Referências:
  1. Kury, K.A., Ramalho, R.S. 2008. Planejamento do uso do solo no entorno do Parque Estadual do Desengano: agricultura em relevo colinoso no Distrito de Morangaba - Campos dos Goytacazes/RJ. Rev. Visões, 5 (1), 18 p.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
Encontrada na APA Cairuçú (L. Sylvestre 558), Parque Nacional do Itatiaia (R.R. Guedes 2492) e na estação Ecológica de Paraíso (C.M. Vieira 165).